O mercado espera que a taxa básica de juros esteja em 4,50% no final do ano que vem, segundo o último Boletim Focus do BC. De pano de fundo, estão a carona na queda de juros no mundo e a estabilidade na inflação, enquanto o crescimento econômico dá leves sinais de melhora, mas ainda patina.
“É momento do Banco Central observar o efeito das quedas de juros até agora, que são vistos com um atraso de cerca de seis meses”, diz Micharel Viriato, coordenador do Laboratório de Finnaças do Insper.
Nesse cenário, resta ao pequeno investidor seguir em busca de alternativas de maior risco, que talvez ainda não sejam tão conhecidas, tanto na renda fixa quanto na renda variável. É preciso continuar adicionando mais tempero na mistura de investimentos para ter o gostinho dos retornos maiores.
Todas as mudanças na carteira de investimentos, no entanto, devem ser feitas com estratégia e cautela. “Não é porque os juros caíram que você tem que correr para fazer mudanças. Essa queda já era esperada e o investidor deve se preocupar com o portfólio de forma geral, olhando para um horizonte de longo prazo”, diz Viriato.
Mesmo para investidores mais conservadores, vale ter um pouquinho de renda variável no portfólio, dizem especialistas. Comece investindo até 5% em fundos multimercados, fundos imobiliários ou fundos de ações. Esses investimentos podem se beneficiar do crescimento das empresas brasileiras listadas na bolsa e do mercado imobiliário esperado para os próximos anos. À medida que se sentir confortável, você pode ir aumentando a parcela de renda variável e diversificando.
Na renda fixa, o segredo é adicionar na panela algum tipo de risco. Segundo Leandro Loiola, planejador financeiro certificado pela Associação Brasileira de Planejadores Financeiros (Planejar), o risco pode ser de prazo, de crédito ou um pouquinho de tudo.
Isso significa buscar títulos de prazos mais longos, que oferecem taxas mais altas, desde que você esteja disposto a esperar para resgatar o dinheiro. Também significa buscar títulos de bancos ou empresas de “pior qualidade”, que têm mais risco que o Tesouro Direto. Podem ser LCIs e LCAs que pagam mais de 80% do CDI ou CDBs que pagam mais de 100% do CDI.
No caso dos títulos de crédito privado é mais fácil investir por meio de fundos de investimento, os chamados fundos de crédito privado. Como o risco de crédito deles é maior, porque eles são emitidos por empresas e não pelo governo, vale a pena contar com um gestor profissional para escolher os melhores papéis.
O mesmo vale para fundos de renda fixa, que podem mesclar títulos e ser uma alternativa interessante para o investidor neste momento. Bons gestores podem ajudar a ganhar dinheiro agora.